DSOs

   DSO é a sigla em inglês para "Objetos de Céu Profundo" (Deep Sky Objects), são aqueles que estão além da visão humana e geralmente precisam de equipamentos para serem vistos, que podem variar desde um binóculo até um enorme telescópio de observatório com espelhos de mais de 8 metros de diâmetro. Só depende do objeto que vai ser estudado ou observado.
M101 - Galáxia do catavento
   Um astrônomo francês chamado Charles Messier, caçador de cometas, catalogou 110 desses objetos para que não fossem confundidos com cometas durante suas observações. Atualmente existem os catálogos NGC e IC que contem mais de 13 mil objetos catalogados.
   Esses objetos podem ser uma galáxia ou pertencer a nossa própria galáxia, como é o caso dos aglomerados de estrelas e das nebulosas, mas também podem estar fora dela, no caso dos aglomerados globulares.
"Galáxia do sombreiro" na esquerda uma foto do telescópio
espacial Hubble e a direita como ela é vista através de um
telescópio amador de 130mm + ou -
   Objetos de céu profundo como as nebulosas e galáxias são vistos em fotografias com belas cores, brilhantes, e com diversas formas, mas na verdade não bem assim. Quando olhamos através de um telescópio esperamos ver exatamente aquilo que está na fotografia, mas nos deparamos com uma "fumacinha" cinza e desfocada no lugar daquela bela galáxia. Isso acontece porque as fotografias são feitas com câmeras especiais que ficam horas recebendo a luz daquele objeto, assim ele capta as cores, mas os olhos humanos não tem essa mesma capacidade. Outra razão para isso é o tamanho do telescópio, que quanto maior ele é, capta mais luz, tornando a visão mais nítida e com maior riqueza de detalhes, por exemplo o aglomerado globular M4, quando visto com um binóculos aparece como se fosse uma estrela gigante e borrada, já com um telescópio de 70mm aparece como uma bola brilhante e com poucas estrelinhas desfocadas, mas com um telescópio de 200mm são vistas muitas estrelas e um núcleo condensado muito brilhante.
    Por isso tome cuidado para não se decepcionar caso queira adquirir um equipamento para ver esses objetos, porque você nunca verá eles da mesma forma que vê em uma fotografia.
  
Galáxias
Via-Láctea e a direita as grande e
Pequena Nuvens de Magalhães e
o cometa C/2009 R1 McNaught 
   As galáxias são as maiores estruturas no universo, formadas por poeira, gases, meteria escura e bilhões de estrelas girando ao redor do seu núcleo que pode abrigar um enorme buraco negro. É nelas que estão as nebulosas e aglomerados de estrelas.
   A Via-Láctea é a galáxia que abriga o Sol, nossa estrela, e é cercada por duas pequenas galáxias visíveis a olho nu:  a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães. A galáxia mais próxima de nós é a gigante Andrômeda, que está a 2,3 milhões de anos-luz de distância.

   Geralmente as galáxias são divididas em 3 grandes categorias:

Espirais
NGC 1300 - Galáxia espiral barrada
localizada na constelação de Eridano
   

   Tem a forma parecida com um cata-vento ou redemoinho, contendo um núcleo gravitacional, braços no seu disco e quase nada no halo, região que envolve a galáxia. Algumas galáxias espirais contem uma barra através de seu núcleo, são chamadas de espirais barradas.



NGC 1316 - Galáxia elíptica na c
onstelação de Fornalha
Elípticas 
   São um tipo de galáxia que apresentam forma esférica ou elipsoidal, e não têm estrutura em forma de espiral. A grande maioria dessas galáxias têm pouco gás, pouca poeira e poucas estrelas jovens. 
Embora pareçam simples, acredita-se que galáxias elípticas sejam o resultado da complexa união de duas galáxias espirais.
   As galáxias elípticas variam muito de tamanho, algumas são super-gigantes com diâmetro de milhões de anos-luz, entretanto outras são anãs, tendo apenas alguns poucos milhares de anos-luz de diâmetro. As elípticas gigantes são poucas, já as elípticas anãs são o tipo mais comum de galáxias.

Irregulares
   Como o nome já diz, são aquelas que tem a forma irregular, não seguem um padrão espiral nem elíptico. Galáxias irregulares concentram uma grande formação de estrelas jovens e geralmente são pequenas.
   Na foto à esquerda a Grande nuvem de Magalhães, galáxia irregular que gira em torno da Via-Láctea.



Nebulosas
  
IC 434- Nebulosa Cabeça de Cavalo
um belo exemplo de nebulosa escura.
   As nebulosas são aqueles objetos que tem aparência de uma nuvem, como diz o nome, e estão dentro da nossa galáxia, são classificadas em:
Nebulosas de emissão: São aquelas que são energizadas por alguma estrela próxima a ela jogando radiação, que faz com a nebulosa brilhe. Geralmente elas tem cor vermelha, por causa do hidrogênio, que emite luz vermelha.
NGC 7293 - Nebulosa Planetária Hélice
na constelação de Aquário
Nebulosas de reflexão: São geralmente formadas por poeira que simplesmente reflete a luz de alguma estrela ou estrelas próximas a ela.


Nebulosas escuras: São formadas por nuvens de poeira muito densa e escura, e quando se sobrepões a alguma nebulosa clara aparecem em forma de silhueta.
Nebulosas planetárias: Não tem nenhuma relação com planetas, são na verdade formadas pela ejeção das camadas de gás e plasma de uma estrela nos momentos finais de sua vida.


Aglomerados abertos

M25 (IC 4725) - Aglomerado aberto
na constelação de Sagitário.
   Tambem chamados de aglomerados galácticos, são aglomerados formados por estrelas que se originaram de uma mesma nuvem de gás, que deu origem a elas, portanto tem a mesma composição química, mais ou menos a mesma idade e distância de nós e estão unidas por uma força gravitacional entre elas. Esses aglomerados sempre estão associados a alguma nebulosidade, que é o resto de gás que não formou uma estrela. Geralmente possuem de centenas a milhares de estrelas e quanto mais próximo esse aglomerado estiver de nós, maior será seu diâmetro aparente.
   Existem tambem os aglomerados abertos que não são relacionados, suas estrelas simplesmente estão no mesmo campo de visão, dando a impressão de que estão próximas.
   O aglomerado RM136 (a direita) se localiza na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia irregular vizinha da nossa, a 170 mil anos-luz de distância, nele estão milhares de jovens estrelas ainda envoltas pela nuvem de gás que as formou.


Aglomerados Globulares
  
M80, localizado na constelação de
Escorpião, a 28 mil anos-luz da Terra.
   São aglomerados de estrelas compactos tambem formados por uma mesma nuvem molecular mas a diferença é que são muito maiores, contendo milhões de estrelas, sua força gravitacional é maior, mantendo o aglomerado com uma forma esférica. São aglomerados antigos, com estrelas laranjas e vermelhas entre as mais velhas da galáxia, são cerca de 160 catalogados e estão mais afastados do disco da Via-láctea